Fatores Naturais

O nosso nome, Soalheiro, tem origem na excelente exposição solar da primeira vinha plantada. A boa exposição solar é uma característica do nosso território, devido aos factores naturais presentes em Monção e Melgaço.

A nossa região, a mais setentrional de Portugal, está protegida da influência atlântica por várias montanhas, proporcionando as condições ideais para o crescimento da casta Alvarinho. Uma grande diferença de temperatura entre os dias quentes e as noites frias durante a maturação e a quantidade perfeita de chuva e sol são condições importantes para a proteção dos aromas varietais e a preservação da frescura.

O microclima de Monção e Melgaço, condicionado pelas montanhas presentes na região, caracteriza-se como um microclima temperado atlântico com influência continental, apresentando invernos frios e chuvosos e verões quentes e secos.

Montanhas

Proteção contra a influência do Atlântico, criando uma bacia hidrográfica de microclima específico, podendo ser caracterizado globalmente por um clima temperado Atlântico. Esta cordilheira montanhosa condiciona essencialmente a precipitação, a humidade e a temperatura do ar, fatores fundamentais na diferenciação qualitativa do nosso Alvarinho.

Temperatura

Temperatura média do ar elevada nos meses de Verão que coincide com a maturação das uvas, originando dias quentes e noites frias que favorecem um teor alcoólico moderado com acidez fresca e intensidade aromática.

Precipitação

Na bacia do Rio Minho que coincide com a Sub-região de Monção e Melgaço a precipitação é distinta, sendo concentrada nos meses de inverno, o que favorece as reservas de água no solo e uma maturação equilibrada.

Solos de Origem Granítica

A precipitação moderada em relação à restante área dos Vinhos Verdes, associada a solos de origem granítica bem drenados, favorece a qualidade das uvas e o toque mineral presente em praticamente todos os Soalheiros.

A presença de várias massas de água, nomeadamente o rio Minho e seus principais afluentes, permite uma diferença significativa de temperatura entre o dia e a noite. Isto é especialmente importante durante a maturação, quando a amplitude térmica é benéfica para a produção de vinhos frescos e aromáticos. Uma particularidade do rio na nossa região é que é muito profundo e estreito, escondido no fundo de uma ravina com margens íngremes de cada lado. Esta topografia faz com que o nevoeiro seja mais escasso na parte do rio que passa por Monção e Melgaço, havendo menos risco do desenvolvimento de fungos nas vinhas. A jusante, quando o rio Minho deixa para trás Monção e Melgaço, as suas margens tornam-se menos íngremes e o rio alarga-se significativamente.

Nas nossas pequenas parcelas de vinha, plantadas em solos graníticos, o Alvarinho adapta-se aos mais diversos tipos de terreno. Estas parcelas começam no vale do rio Minho (50 m), subindo pelas encostas da montanha (400 m) para um nível de altitude já considerável. Em 2019, plantámos dois hectares de vinha de Alvarinho na Branda da Aveleira, a 1100 metros de altitude, a vinha de Alvarinho mais alta de sempre, para desafiar ainda mais a elasticidade da casta. Esta vinha, com solo de xisto, localiza-se num antigo glaciar (quase há 1 milhão de anos atrás), perto do Parque Nacional da Peneda-Gerês, numa encosta voltada a sul. Este local é também interessante para visitar pelos seus percursos pedestres e turismo de montanha.

O terroir de Monção e Melgaço não se define apenas pelo clima e fatores naturais, é também constituído pelas pessoas que aqui vivem e trabalham diariamente no Território. O fator humano do nosso terroir, nomeadamente as técnicas de cultivo da videira e as práticas de vinificação, amplificam as singularidade natural do nosso Alvarinho.